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Recortes H - texto

Recortes Históricos

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O Brasil dos anos 1960-70 estava mergulhado em contradições e brutalidade. O autoritarismo do regime político, a resistência intelectual, a luta armada, a censura e a crise financeira após o chamado “milagre econômico” marcaram a cena social. A saúde pública protagoniza uma das frentes importantes de mobilização social pela redemocratização e parte das transformações que se consolidarão pelos avanços civilizatórios de uma ciência que questiona seus limites interpelada por denúncias de violações, maus tratos e acesso à saúde. Reforma Sanitária e Reforma Psiquiátrica Brasileira são movimentos exemplares para se pensar sobre a vitalidade dessa resistência.

A história da Reforma Psiquiátrica Brasileira vem sendo contada desde então por imagens e pela imprensa, fazendo ecoar as denúncias cada vez mais longe e, de forma orgânica, ajudando a consolidar um importante capítulo da história pública dos movimentos de conquista da garantia de direitos humanos. Em especial, a pungente coleção histórica de fotos do Hospital Colônia de Barbacena, registro-denúncia pioneiro de Luiz Alfredo, publicada na década de 1960 na revista O Cruzeiro, com o título “A sucursal do inferno”. No final da década seguinte, temos o filme Em nome da razão, de Helvécio Ratton, e a série de reportagens “Nos porões da loucura”, de Hiram Firmino, também sobre o hospital de Barbacena, publicada pelo O Estado de Minas

Estas peças comunicacionais sobre as violências praticadas nos hospitais psiquiátricos e a mercantilização do sofrimento das pessoas confinadas conferem visibilidade para os movimentos de transformações do modelo compostos por trabalhadores da saúde, atuantes nos hospitais psiquiátricos, que vivenciavam esse cotidiano. 

No início das pesquisas, fizemos uma busca histórica de documentos nos arquivos públicos, quando encontramos um vasto material iconográfico e de imprensa. Todas peças-chave das denúncias nacionais e internacionais que mostram a face sombria do terror do antigo paradigma asilar que segregava as pessoas com sofrimento psíquico em nome da ciência.

 

Pouco utilizamos publicamente esses materiais nas edições físicas da Instalação Morar em Liberdade, preferindo nos concentrar no lado luminoso da vida que foi reinventada pelo cuidado em liberdade, mas a partir de 2019 os desafios sociais dos desmontes das políticas públicas e os lapsos da memória brasileira nos fizeram ver que era necessário contar a história de forma diferente.

Imagem Histórica. Luiz Alfredo, O Cruzeiro (1961). Radilson Carlos Gomes, 2007
Imagem Histórica. Luiz Alfredo, O Cruzeiro (1961). Radilson Carlos Gomes, 2007

Luiz Alfredo, Helvécio Ratton, Hiram Firmino, entre tantos outros que vieram depois, são exemplos da resistência e denúncia pela comunicação pública. Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça! 

Nessa sala, reunimos algumas dessas cenas da história contemporânea, uma espécie de visita guiada com ilustrações que contrastam temporalidades, e convidamos para uma reflexão sobre esse processo de construção social da garantia de direitos.

Trilhos e cativeiros em “Nome da Razão”

Cenas de um manicômio

Imagens Históricas. Luiz Alfredo, O Cruzeiro (1961). Radilson Carlos Gomes, 2007. 

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Cuidado em Liberdade

Quem viveu para contar!

Imagens Históricas. Radilson Carlos Gomes, 2007.

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Morar em Liberdade

Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira

Morar em Liberdade – Retratos da Reforma Psiquiátrica Brasileira é um minidocumentário de caráter histórico. No primeiro bloco o compilado de iconografias da década de 1960-70 evidencia as condições degradantes de um dos maiores hospitais psiquiátricos brasileiros; o segundo bloco apresenta imagens das pessoas que sobreviveram ao período das longas internações psiquiátricas e enfatiza o cuidado em liberdade, resultante das políticas públicas do século XX-XXI (testemunhos de Barbacena, Juiz de Fora – MG e Paracambi – RJ, 2018-19).

O último bloco é dedicado aos retrocessos do momento contemporâneo que ameaçam a garantia de Direitos Humanos dessas pessoas.

Duração: 00:9:00 Brasil,

Pesquisa Memórias da Saúde Mental: Cultura, Comunicação e Direitos Humanos. Fiocruz Brasília / TV Pinel Vídeo.

Versão português, 2019.

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