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Colagem Mauricio Planel com foto de mulher sentada em poltrona e cercada por elementos orgânicos coloridos

Stella do Patrocínio

Stella do Patrocínio viveu na cidade do Rio de Janeiro. Mulher negra, ainda jovem, aos 21 anos, foi detida e institucionalizada.  Viveu em ambientes de controle, privada da liberdade até o fim da sua vida, aos 51. Hoje, o legado de sua memória são palavras ditas e transcritas. Stella gostava muito de falar e o seu falatório, como assim denominou, era um fluxo intenso das suas percepções sobre o mundo, sobre si e sobre as coisas ao seu redor.O meu desejo é crescer e multiplicar.” Esta afirmação de Stella é pungente quando pensamos em seu destino aprisionada. Faz pensar em muitas outras vidas sequestradas e como histórias como a sua foram multiplicadas em outros espaços manicomiais espalhados pelo país, em corpos que tiveram o tempo e a liberdade subtraídos.

 

Esta sala virtual é uma homenagem a Stella do Patrocínio e a tantas outras pessoas anônimas que tiveram suas vidas atravessadas pelos manicômios e que, no tempo presente, escolheram exercer suas existências, colorir o olhar e seguir rumo à dignidade. Ana Venâncio, Edlamar, Antônio, Rui, Shirley, Edja, Oscar, Andreia, Zélia, Adelino, Nilta, Rosalina, Genivaldo, Ana Paula, Luiz, Meiga e Altair são testemunhas dos movimentos que romperam com a exclusão. São provas da potência da vida que se reinventa, caminham em direção aos horizontes que reconhecem suas presenças e fazem das próprias escolhas cotidianas a sua maior conquista.

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“Na casa a gente tem liberdade para sair… é ter a vida livre… e no hospital é viver trancada.”

Maria José dos Santos

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“Sou feliz porque tenho uma vida pela frente.”

Maria, Paracambi

“Felicidade é você ajudar os outros de coração. É saber perdoar sem guardar mágoas… É  amar!”

Ana Venâncio, Juiz de Fora

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“Ser livre é poder sair a hora que quiser. Passear, andar e viver igual a um pássaro.”

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David Lopes Aguiar, Paracambi

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“Gosto de cantar e de ser livre. No hospital eles escondem a gente, sabe? Era como se tivesse uma cortina para esconder o feio da casa. Não era para andar na rua e atrapalhar… Agora eu ando por tudo! Rasguei a cortina!”

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Margarida, Barbacena

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